PORQUE ORAMOS ???

Certa feita estava falando do evangelho para um senhor, que possuía uma formação cristã, pois o mesmo fora criado em um lar evangélico, no entanto, disse-me que não orava, pois não queria incomodar a Deus, uma vez que o mesmo era sabedor de toda a sua vida, e por isso não via necessidade de importuná-lo.

Este tem sido o pensamento de muita gente com respeito à oração, não se sentindo motivado para exercitar esta prática que é fundamental na vida de qualquer homem ou mulher de Deus.

O fato de Deus ser conhecedor do que necessitamos não poderá servir de desculpa para irmos a Ele em oração. Antes, pelo contrário, devemos nos sentir felizes por servir a um Deus que nos conhece plenamente, sendo assim sabedor de tudo aquilo que nos aflige, e mesmo quando não sabemos nos expressar com as nossas palavras, Ele compreende até mesmo um gemido nosso, e tem prazer em nos atender.

Um certo poeta, assim se expressou: “Se uma lágrima for levada a um exame de laboratório, poderão identificar os elementos químicos que a compõe, mas será impossível medir as emoções que a produziram”.

Assim ocorre com quem derrama a sua alma diante do Senhor, pois às vezes aquilo que nos incomoda é tão forte que não sabemos como nos expressar, todavia temos certeza que o Espírito sabe interceder por nós, e por isso a nossa oração torna-se eficaz.

É bom entendermos, que a oração não deve limitar-se apenas a uma série de pedidos àquele que pode todas as coisas. Antes de tudo, é por meio dela que podemos estreitar a nossa comunhão com o nosso Pai que está nos céus, e que deseja ter-nos junto a Ele.

Uma vez que desenvolvemos este santo hábito de gastar tempo com Deus, os benefícios são incalculáveis, a começar de um conhecimento mais aprofundado daquele que é o grande tesouro de nosso almas. Depois, ao ficarmos juntos dele, as nossas mazelas vão sendo curadas, posto que diante da sua luz, aquilo que não é coerente com a sua natureza, vai sendo expelido.

Por último, quando estamos bem familiarizados com a presença do Todo-Poderoso, vamos descobrindo os intentos de seu coração, e assim os nossos pedidos, súplicas, intercessões, etc. Vão sendo fundamentados com base naquilo que conhecemos a respeito de sua vontade. A falta desta intimidade com o nosso criador nos leva a orarmos aleatoriamente.

Como muito bem descreveu Tiago, e por isso não somos atendidos. “Pedis e não recebeis, por que pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4:3). Com certeza ele aprendeu por experiência própria qual o segredo das orações atendidas, e como isso pode fazer diferença não apenas na vida de quem ora, mas também no meio onde ele vive.

O mesmo Tiago dá-nos um grande exemplo da oração que funciona e do poder da abrangência da mesma: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” (Tg 5:17-18).

Resta-nos, portanto, tomarmos uma decisão séria quanto a este princípio bíblico, que fora o segredo da vitória de muitos que deixaram suas marcas na geração em que viveram. E se olharmos para Jesus, vamos não apenas encontrá-lo orando constantemente, como intensamente, mas também recomendando tal prática. ”Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa de sua piedade...” (Heb. 5:7).

Portanto, irmãos, vamos orar, e orar muito, e certamente dos céus virá o nosso socorro.
Bispo Elisiário Alves dos Santos
Superintendente Regional da
IGREJA METODISTA WESLEIANA



Publicado em 15/12/2009